Fernanda Santos

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Acadêmica de Enfermagem (EEAN/UFRJ) Técnico em Enfermagem - Instituto de Pediatria Martagão Gesteira/ UFRJ.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Amor que liberta

Tenho um casal de passarinhos, estão comigo ha quase quatro anos. Volta e meia, penso na fragilidade deles dois... nasceram em cativeiro, cresceram presos, e se eu, um dia, quisesse soltá-los na natureza, certamente morreriam pois a vidinha inteira deles eles tiveram a ração posta por mim, a água que eu coloco no bebedouro... não sabem viver livremente.
Pensei que eu os amo, mas será que é isso o que chamam de amor?
O amor, para mim, é um sentimento poderoso, que transforma as pessoas, que faz com que tenhamos a sensibilidade de olhar para o outro, desejar-lhe o bem, querer ver o objeto de nossa afeição feliz... e principalmente, livre. Livre para estar ao nosso lado por seu próprio querer, e não por estar atado a convenções sociais, ou por quaisquer motivos que não sejam unicamente pelo prazer de compartilhar a vida, os sonhos, as lutas e principalmente o tempo conosco.
Amar é respeitar o outro, ouvir o que ele tem a dizer, mesmo que contrarie tudo o que acreditamos como sendo a verdade absoluta (até porque, a verdade nunca é absoluta, ela sempre vai depender do ângulo que utilizarmos para observá-la), e jamais falar apara o outro aquilo que não gostariamos de ouvir. Delicadeza. Gentileza.
Meus passarinhos não podem mais provar o prazer de voar pelos céus, pois tenho a convicção que ao fazê-lo estaria condenando-os à morte... mas creio que o amor nasce livre, quando tentamos engaiolar o ser amado, estamos não só cortando-lhe as asas, mas roubando-lhe a beleza do vôo.