Fernanda Santos

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Acadêmica de Enfermagem (EEAN/UFRJ) Técnico em Enfermagem - Instituto de Pediatria Martagão Gesteira/ UFRJ.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Felicidade rima com simplicidade

Ser feliz é uma escolha diária.
Acordei hoje pela manha e me dei conta de todas as coisas maravilhosas que Deus criou e deixou a minha disposição, bem ao meu alcance, esperando para que eu as admirasse, e me sentisse importante por tanto cuidado e zelo. Ah, Papai...
O sol, lindo, amarelinho, aquecendo e iluminando o planetinha onde vivo...
O ar, soprando de mansinho, entrando pela minha janela, refrescando e trazendo um perfume suave, de dia iniciando...
Meu canário, o Piu, em sua gaiolinha, cantando todo feliz... e uma revoada de pardais lá fora, tão bonitinhos, marronzinhos, um monte deles...
Ouvi o miado do meu gatinho, o Tico, deve estar andando pelo telhado, ou fazendo alguma estripulia...
Meu marido, deitado ao meu lado, abre os olhos, me sorri, sussurra um bom-dia no meu ouvido, me dá um beijo... bom, a gente resolve ficar mais um pouco sob os lençóis...
Tá, eu também tenho contas a pagar, roupa para lavar, casa para arrumar, a pia deve estar cheia de louça... mas se não aproveitar estes pequenos instantes mágicos, de que a vida adianta?
é por isso que eu pensei, hoje, que para ser feliz basta apenas olhar para as coisas certas...

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Instinto materno mãe búfalo salva filhote de leões

E por falar em mãe...

o amor materno definitivamente não é privilégio das mulheres ( de espédie Homo sapiens, entende?).

Olha que incrível:






Mãe

Tô meio atrasada para falar em dia das mães, certo?


Errado.


Dia das mães, para mim, é todo dia, mesmo para a mulher que ainda nem teve seu filho, pois ela tem dentro dela a semente que pode gerar outra vida (nossa, essa é bem batida, né?).


Mas sinto verdadeiramente isso.


Como um dia é pouco para lembrar da mulher que nos gerou, que nos amamentou (pelo menos a minha mãe me amamentou até que eu completasse quatro anos, e eu fiz o mesmo com meu filho...), alimentou, vestiu, amou incondicionalmente mesmo antes de nos conhecer, não concorda?


Todos os dias o sol está lá, no céu, mesmo nublado, a gente sabe que ele está lá. Todos os dias também temos a certeza de que uma mulher nos trouxe a este mundo, e mesmo que ela não esteja mais nele, muito do que somos devemos a ela... mesmo que ela nunca nos tenha visto... ou você conhece alguém que nasceu de uma chocadeira?


Mãe...


para mim, é a mulher que ama.


Que se doa.


Que educa, mesmo que algumas vezes isso provoque uma impopularidade absoluta.


Que acorda durante a noite, só para olhar se o seu filho está dormindo bem (e mesmo quando ele cresce, ela ainda faz isso).


Que não sonha muito, na verdade, o sonho de uma mãe é ver seu filho crescer e se tornar um homem (mulher) honesto (a), trabalhador (a), honrado (a), bom pai (mãe) de família, uma pessoa com caráter. A profissão? pouco importa, na verdade. O importante é saber que seu filho é feliz trilhando o caminho que escolheu, desde, claro, que seja o caminho do bom e do bem.


Mãe é capaz de qualquer coisa para salvar seu filho de um perigo iminente, seja este perigo um mosquito que pousa no berço, um dedinho teimoso que cabe certinho numa tomada, uma escolha errada, um predador feroz...

Mãe não desiste nunca.

Mãe.

sábado, 1 de maio de 2010

A vida, como ela era.

Não é propaganda gratuita, mas existem lugares que merecem ser citados, por seu valor histórico, por sua incrível capacidade de nos transportar através do tempo, ate´mesmo de fazer o tempo parar...

Se voce mora aqui no Rio de Janeiro, ou está por aqui a passeio, trabalho ou seja lá por que motivo for, considere-se um privilegiado! Reserve uma tarde do seu dia para se dedicar a uma atividade incrivelmente maravilhosa: voltar no tempo!

Vá até o centro da cidade, na rua Gonçalves Dias, 32. Quando você entrar porta adentro, o tempo simplesmente para! Você está no Bar Jardim da Confeitaria Colombo, um lugar centenário, que já serviu chá para presidentes, empresários, pessoas anônimas, naquelas xícaras adornadas com fios de ouro, e você será o próximo a degustar o maravilhoso chá com torradas dali... imagine... Eu fui lá, e pedi um chá individual. Pensei que ia ser só mais um cházinho, mas que engano... o sabor do meu chá foi maçã com canela, adoro. Mas a gama de opções é bem variada, aproveite. O bule era um encanto, a xícara um bibelot... o serviço muito bem posto, com fatias de queijo, presunto, torrada, mel,geleias e manteiguinha em bolinhas... ainda tinha uma fatia de bolo, suco de laranja, mamão e melão, uma fatia de torta, três casadinhos, sanduichinhos e uns salgadinhos. Quase um almoço, né? Levei tanto tempo pra comer tudo aquilo, ainda bem, pois assim tive tempo apra respirar a atmosfera do lugar, olhar as vidraças, os espelhos, as mesinhas de mármore, acredita que pela primeira vez me toquei que a iluminação realmente faz o ambinete? Tudo ali é retrô, mas sem ser brega, pelo contrário, muito refinado, muito bom gosto.

Tinha um casalzinho que me chamou a atenção: ele devia ter quase oitenta anos, ela, perto disso. As roupas deles estavam bem alinhadas. Não era gala, mas ele estava com uma blusa de botões bem passada, ela com uma saia verde musgo, uma blusa de seda branca, um broche delicado e o cabelo preso num coque. Pareciam ter saído de um filme de época. Ele muito atencioso com ela, conversavam animadamente (e pensei: como duas pessoas que viveram a vida inteira juntas ainda podem ter algum assunto para conversar, ainda mais assim, tão animados?), se olhavam nos olhos, até que eles se tocaram com as mãos, e ficaram assim, de mãos dadas sobre a mesa, se olhando, se admirando.

Quantas histórias já devem ter vivido, quantos sorrisos, quantas lágrimas, quantos chás?

Fui embora saciada, a fome do corpo, e principalmente a fome da alma, de ver um casal tão lindo, num lugar tão lindo, para eles, talvez, ali o tempo parasse, e acredite, quando saí na rua, o céu estava mais azul, as fachadas mais coloridas, por alguns poucos instantes, viajei no tempo.

Não perca, visite e se deslumbre!



terça-feira, 27 de abril de 2010

Eu voltei... para as coisas que eu deixei...

Eu voltei!
Quando penso nesta música do Roberto Carlos, sinto que sempre é possível recomeçar. Acho que é esta a mensagem que a música passa, penso que esta é uma verdade universal, mas que não está acessível a todos, infelizmente, pois é preciso ter coragem e disposição para voltar e recomeçar.
Voltar implica em reconhecer que a situação (ou o lugar) que ocupamos é incomodo. E sair da comodidade da imobilidade cansa, pois requer uma reflexão profunda, um despertar, e atitude pró-ativa.
A parte mais linda é quando ele para de frente ao portão, e reconhece: "acho que só eu mesmo mudei, e voltei...". Nem sempre isso é possível, pois o mesmo tempo que passa e arrasta e modifica nosso pensamento, nossa percepção, também o faz do lado de lá! Mas seria uma utopia maravilhosa poder voltar e recomeçar imediatamente do ponto de partida, com todas as condições se repetindo, mas com a sabedoria que a experiência concede!
Voltei para a vida.
Voltei para a longa estrada.
E voltei também para minhas elocubrações...
:)

terça-feira, 14 de julho de 2009

Despedidas...

Não consigo entender (e olha que me esforço) a finitude de tudo. Se é um relacionamento, tem fim, seja por desgaste, seja pela morte de um dos conjuges. Se é uma sociedade, quebra financeiramente, ou os herdeiros não conseguem gerir, ou sei lá, acaba. Grandes impérios acabaram: Roma, Mesopotâmia, Grécia... Amizades, parcerias, sentimentos, dinheiro, até um chocolate, acho que tudo se acaba...

Pessoas são finitas. Já nascemos morrendo, pois nossas células estão em constantes mitoses e apoptoses... isso é necessário para manter o equilíbrio celular e orgânico. Pessoas morrem todos os dias, em todo o mundo, por causas diversas. Famílias ficam desestruturadas, "quantas mães choraram, quantas esposas ficaram por casar" (Luís de Camões - Os Lusíadas), quantas mães sentem seus braços vazios?

Estou falando deste assunto porque uma criança muito querida, que se tratava no hospital onde trabalho, faleceu na madrugada deste sábado. Eu não estava lá. Não pude abraçar aquela mãe, que acompanhei por meses, acolhi quando ela chegou no início do tratamento, conversamos tanto nas madrugadas, sobre a doença, as perspectivas de cura, sobre as artes que nossos filhos fazem. Não pude estar ao lado do menino que eu cuidei, que eu orei tanto a Deus pedindo pelo "milagre".

Outras crianças já partiram, adultos também (sim, já trabalhei com adultos...) e sempre me questiono "por que"? Como é o critério que Deus usa pra bater o martelo e decidir que alguém vai embora? Se Deus deu à ciência e a Medicina condições de avançar tanto, porque ainda temos que perder a batalha contra a morte?

Aí eu me consolo, pensando que nós não temos que lutar contra a morte. Seria o mesmo que lutar contra a correnteza de um rio, que leva diretamente para uma queda d'água. O curso do rio é imutável, cair é inevitável. Lutar contra a correnteza desgasta, deixar fluir permite que observemos a paisagem nas margens. Não me cabe a decisão de quem vai ou quem fica (graças a Deus!!!!), mas Deus me deu uma missão maravilhosa: cuidar.

Entendo a enfermagem como a arte de cuidar das pessoas, em todas as etapas de sua vida. E encerrar o ciclo, afinal, é também uma etapa importante. Creio que o enfermeiro deve estar sim ao lado do seu cliente nos seus momentos derradeiros, segurar-lhe a mão, permitir que sua partida seja tranquila (mantendo o ambiente livre de barulhos desnecessários, organizado e limpo) e que a família esteja presente, elabore o luto, e se despeça dignamente de seu ente querido.

Sou contra a medicalização e hospitalização da morte. Acho que seria muito melhor para a pessoa e sua família se a morte se desse em casa, cercado pelos seus, em seu leito, e não no ambiente hospitalar, cercado de monitores, soros, máquinas... acho que dói mais. Até o velório, que antigamente era em casa, agora é tão impessoal, nas capelas por aí, uma sala quadrada, sem nada que seja familiar... Posso parecer antiquada, mas realmente prefiro o morrer de antigamente.

E aí, fico triste por não estar ao lado do meu querido paciente, e de sua mãe. A minha presença não ia mudar em nada a dinâmica dos fatos. A doença crônica já havia exaurido aquela criança. Mas eu poderia cuidar deles neste momento, talvez sem usar uma única palavra, só com um abraço, por estar próximo, só para poder sussurrar em seu ouvido: Vai com Deus, nós te amamos.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Eu quero ter um milhão de amigos...

A amizade é mesmo um tesouro que temos que cuidar dele, mas ao mesmo tempo, o tempo não desvaloriza (pelo contrário, valoriza mais), a ferrugem não atinge, a traça não come, o ladrão não rouba... Apenas o que pode nos furtar uma amizade somos nós mesmos.

Alguém em sã consciência faria isso consigo mesmo? Ter um amigo é ter um companheiro para os sorrisos, para as tristezas, para dividir planos, sonhos, falar bobagens, ver o tempo passar, e perceber que o tempo pode passar e degradar o físico, mas a alma, a essência de uma pessoa não envelhece, não muda... é tão gostoso perceber que a cada ano nosso amigo nos conhece mais, nos entende mais, quase lê nossos pensamentos.

É como uma planta, se você souber regar, adubar, se podar os galhos secos, colocar para pegar um solzinho, puxa, tão simples... a amizade cresce, floresce, dá frutos até!

Penso que não basta um email, afinal, essas coisas tecnológicas e moderninhas (ainda sou do tempo da carta e do carteiro, mas nem morta conto minha idade, viu? :) ) são muito impessoais. Nada substitui um abraço apertado de saudade, sentir o cheiro do perfume novo ( ou aquele que a criatura usa há séculos!) do seu amigo, rir e vê-lo rir, e perceber que os rostos apresentam alguns vincos, não são rugas, são trilhas por onde passaram sorrisos! E os cabelos brancos? Que alegria é poder envelhecer, isso mostra que tivemos alguma sabedoria ao escolher nossa estrada... tem tantos jovens morrendo por aí, às vezes penso que eu já tive a idade deles, mas eles jamais saberão o que é ter a minha idade...

O tempo voa, e chega a hora de se despedir. Fica uma ponta de tristeza, mas é bem pequenina, pois foi um (re-)encontro maravilhoso, e fica também a esperança e a certeza de que outros encontros virão!

Aos amigos que trago no peito, aos que consigo rever, aos que estão afastados, aos que já foram, tudo o que sou, sei e sinto, aprendi também por ter convivido com vocês.
Muito obrigada!