Fernanda Santos

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Acadêmica de Enfermagem (EEAN/UFRJ) Técnico em Enfermagem - Instituto de Pediatria Martagão Gesteira/ UFRJ.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

O tempo não para...

Eu era criança quando Cazuza cantou este verso... eu não sabia a dimensão destas palavras...
Verdade eterna, inexorável, fato consumado. O tempo não para. E o pior, também não volta.
Em seu curso sempre em frente, vai arrastando a gente, nossas histórias, as pessoas que passam pelo nosso caminho, tudo, em ribeirão.
Mas tem momentos em que a gente percebe e / ou sente esse arrastamento, toma consciência do fato, e sente a nossa impotência. Podemos pisar na Lua, podemos inventar a bomba atômica, mas ainda não conseguimos vencer o tempo.
O tempo passa e leva com ele a inocência da infância, tempo bom, quando a nossa maior preocupação era brincar e não desgradar nossos pais - os nossos verdadeiros super-heróis.
Aí, chega a juventude, fase de descobertas, de desabrochar para a vida... o primeiro beijo, a primeira desilusão amorosa (como doeu, parecia que o mundo havia acabado...), brincar de ser adulto sem ser adulto de verdade, querer liberdade, mas pedir o dinheiro da passagem para nossos pais... escolher a profissão, sonhar, imaginar, que delícia, sentir que é capaz de fazer qualquer coisa!
Bom, o tempo continua passando, a segunda década da vida vai ficando para trás... chegam as responsabilidades, as contas a pagar, o patrão chato que pega no pé, a sogra, a cunhada, e toda a família do seu amor, que podem fazer da sua vida um verdadeiro inferno se quiserem... e as crianças, que delícia! Elas alegram muito a nossa vida, mas têm um custo tão alto (já viu quanto custa um pacote de fraldas? e o leite?) que voce percebe que o seu salário mais parece uma ajuda de custos...
Filhos crescendo, mitos se desfazendo... lembra dos seus pais, aqueles que voce admirava e imaginava invencíveis? Pois agora seu pai é o cavalinho do neto, a vovó, que sempre te regulou e te impediu de comer doces, agora dá biscoitinhos e balinhas a toda hora pros teus filhos...
Um dia você olha seu amor e percebe que ele mudou um pouco... está meio careca, barrigudo, ou se for mulher, repare bem, tá meio baranguinha... mas ter a companhia desta pessoa ainda é melhor do que viver sozinho, né?
Seus filhos crescem, começam a questionar tudo, e você nem se lembra mais que um dia você também foi adolescente, porque "no seu tempo as coisas não eram como são hoje"...
Mas triste mesmo é quando voce percebe que seu corpo já não aguenta mais as mesmas coisas de antes, que seus amigos estão ficando cada dia mais velhos, que os seus filhos estão planejando o casamento ou escolhendo a faculdade, e em breve voce vai ver seus filhotes saindo do ninho...
Aí começa uma fase chatinha, começam a chegar as notícias tipo"lembra do Fulano?"... se você responder que não, a criatura conta uma ou duas passagens muito legais que voce viveu com esta pessoa, se voce disser que lembra, ela engata um "morreu" em terceira... pra depois dar uma reduzida e dizer pra voce onde vai ser o enterro...
Ai voce olha para trás e começa a fazer a sua contabilidade... perdas e ganhos... chorou e sorriu... lutou, perdeu algumas vezes, mas também tem algumas vitórias no seu histórico! Pode não ter realizado todos os seus sonhos, mas sonhou, e nos seus sonhos você teve asas, você podia fazer qualquer coisa.... o que você construiu foi material, mas não esqueça que só deixaremos de concreto o amor que as pessoas sentem por nós...o restante, se perde com o tempo...
Tempo, tempo, tempo...

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