Fernanda Santos

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Acadêmica de Enfermagem (EEAN/UFRJ) Técnico em Enfermagem - Instituto de Pediatria Martagão Gesteira/ UFRJ.

sábado, 1 de maio de 2010

A vida, como ela era.

Não é propaganda gratuita, mas existem lugares que merecem ser citados, por seu valor histórico, por sua incrível capacidade de nos transportar através do tempo, ate´mesmo de fazer o tempo parar...

Se voce mora aqui no Rio de Janeiro, ou está por aqui a passeio, trabalho ou seja lá por que motivo for, considere-se um privilegiado! Reserve uma tarde do seu dia para se dedicar a uma atividade incrivelmente maravilhosa: voltar no tempo!

Vá até o centro da cidade, na rua Gonçalves Dias, 32. Quando você entrar porta adentro, o tempo simplesmente para! Você está no Bar Jardim da Confeitaria Colombo, um lugar centenário, que já serviu chá para presidentes, empresários, pessoas anônimas, naquelas xícaras adornadas com fios de ouro, e você será o próximo a degustar o maravilhoso chá com torradas dali... imagine... Eu fui lá, e pedi um chá individual. Pensei que ia ser só mais um cházinho, mas que engano... o sabor do meu chá foi maçã com canela, adoro. Mas a gama de opções é bem variada, aproveite. O bule era um encanto, a xícara um bibelot... o serviço muito bem posto, com fatias de queijo, presunto, torrada, mel,geleias e manteiguinha em bolinhas... ainda tinha uma fatia de bolo, suco de laranja, mamão e melão, uma fatia de torta, três casadinhos, sanduichinhos e uns salgadinhos. Quase um almoço, né? Levei tanto tempo pra comer tudo aquilo, ainda bem, pois assim tive tempo apra respirar a atmosfera do lugar, olhar as vidraças, os espelhos, as mesinhas de mármore, acredita que pela primeira vez me toquei que a iluminação realmente faz o ambinete? Tudo ali é retrô, mas sem ser brega, pelo contrário, muito refinado, muito bom gosto.

Tinha um casalzinho que me chamou a atenção: ele devia ter quase oitenta anos, ela, perto disso. As roupas deles estavam bem alinhadas. Não era gala, mas ele estava com uma blusa de botões bem passada, ela com uma saia verde musgo, uma blusa de seda branca, um broche delicado e o cabelo preso num coque. Pareciam ter saído de um filme de época. Ele muito atencioso com ela, conversavam animadamente (e pensei: como duas pessoas que viveram a vida inteira juntas ainda podem ter algum assunto para conversar, ainda mais assim, tão animados?), se olhavam nos olhos, até que eles se tocaram com as mãos, e ficaram assim, de mãos dadas sobre a mesa, se olhando, se admirando.

Quantas histórias já devem ter vivido, quantos sorrisos, quantas lágrimas, quantos chás?

Fui embora saciada, a fome do corpo, e principalmente a fome da alma, de ver um casal tão lindo, num lugar tão lindo, para eles, talvez, ali o tempo parasse, e acredite, quando saí na rua, o céu estava mais azul, as fachadas mais coloridas, por alguns poucos instantes, viajei no tempo.

Não perca, visite e se deslumbre!



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